Nos anos 70, quando os primeiros moradores começaram a ocupar o bairro de Nossa Senhora da Conceição, em Guimarães, os prédios não tinham água, nem eletricidade. A iluminação era garantida por métodos arcaicos, o aquecimento era um luxo de que ainda não se falava e a água “iam-na buscar a uma bica que existia ali na zona onde agora está o pavilhão do Xico de Holanda”, explica João Pedro, presidente da Associação de Moradores da Zona Urbana da Conceição.
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ResponderEliminarOs fogos do IHRU localizados em Guimarães, são um dos maus exemplos de abandono por parte do Estado Português aos respectivos fogos de habitação social que foram construídos pelo Estado e em que o IHRU, pretendia, ao fim de décadas de abandono, valores milionários de renda apoiada.
Este é precisamente, um exemplo do que tem sido a história da habitação social em Portugal, desde o 25 de Abril de 1974, até aos dias de hoje.
ResponderEliminarDesde finais da década de 70, a política de habitação social em Portugal, baseou-se na construção de bairros sociais em locais longíquos e isolados do resto da comunidade, sendo que os mesmos bairros, foram construídos com um nível de baixa qualidade de construção e posteriormente, deixados ao abandono pela classe política durante décadas.
Quando se fala no “estigma” dos “ Bairros Sociais”, é necessário perceber que quem deu início a esse mesmo “estigma”, foi precisamente a classe política, com a sua desastrosa política de habitação seguida na construção de fogos de habitação social, desde a década de 70 até presentemente.
Felizmente que nos últimos 10 a 15 anos, determinadas associações e comissões de moradores espalhadas por diferentes locais do país, arregaçaram as mangas, no sentido de contrariar esse mesmo “estigma”, que no fundo, deve-se à classe política e não, aos moradores em si.
Se a habitação social em Portugal, chegou ao lamentável estado em que se encontra, foi devido à classe política, nos erros cometidos ao longo dos anos, na gestão da mesma habitação social e não pode agora, a classe política, tentar imputar esses mesmos erros aos respectivos moradores.
É completamente inadmissível, o estado português, ter abandonado, durante décadas, o respectivo edificado e vir posteriormente, através do IHRU, aplicar valores incomportáveis e milionários de renda apoiada nos seus fogos, que se encontram num lamentável mau estado de conservação e como tal, não merecem qualquer tipo de aumento de valores de renda.